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Sob pressão: articulação política do governo Lula está ‘batendo cabeça’

Após uma série de derrotas do governo no Congresso, os problemas na articulação política ficaram evidentes mais uma vez. Isso aumentou a pressão por mudanças na estratégia de relacionamento com os parlamentares. Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem uma postura mais incisiva, abrangendo um maior número de pautas, já que há críticas de que os esforços atuais estão concentrados apenas na agenda econômica. As recentes derrotas resultarão em uma nova rotina de reuniões no Palácio do Planalto, conforme relatado pela colunista Bela Megale. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), revelou a avaliação externada pelo próprio presidente sobre a necessidade de melhorar a articulação.

Além da derrubada do veto presidencial ao ponto central da lei que restringe saídas temporárias de presos e da manutenção da decisão de dificultar a punição à disseminação de notícias falsas eleitorais (tomada ainda na gestão de Jair Bolsonaro), a gestão Lula enfrentou outras derrotas na noite de terça-feira.

Na mesma sessão do Congresso, foi derrubado o veto a um artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que desestimula a destinação de verbas do Executivo para ações favoráveis ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, ao aborto e à agenda LGBTQIA+. Esse item havia sido incluído na norma por meio de uma emenda do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e foi barrado por Lula em seguida.

A sessão da Câmara subsequente à reunião do Congresso também trouxe outro resultado negativo: deputados aprovaram um projeto que suspende pontos do decreto de armas do Executivo, como a proibição de que clubes de tiro fiquem a menos de um quilômetro de escolas. Esse texto ainda precisa ser avaliado pelo Senado, onde a tendência é que não seja uma pauta prioritária.

Em resposta a esse dia negativo, integrantes da base governista aumentaram a pressão por mudanças. Apesar de minimizar os resultados, Jaques Wagner afirmou que o presidente reconheceu a necessidade de um rearranjo.

“Ele (Lula) está absolutamente tranquilo. O balanço é que precisamos melhorar nossa organização nesse processo de governo e legislativo. Isso envolverá uma sistemática de acompanhamento mais próximo”, disse o senador após conversar com Lula.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), também ressaltou a importância de o governo se organizar da melhor forma possível. Como parte dessa estratégia, Lula intensificará sua participação e passará a se reunir semanalmente com Wagner e os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e na Câmara, José Guimarães (PT-CE), além do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Até agora, os encontros semanais do presidente ocorriam apenas com Padilha.

No entanto, aliados cobram uma guinada ainda maior. Um grupo argumenta que a estratégia atual do Planalto tem dado vitórias à oposição sem que haja um verdadeiro “combate”. Além disso, a falta de posicionamento firme por parte do governo torna mais fácil para os parlamentares do Centrão aderirem ao lado bolsonarista. No caso específico da sessão do Congresso, a avaliação é que o Planalto se contentou em vencer com a manutenção do veto ao calendário para o repasse de emendas, mas não se empenhou o suficiente nos outros temas.

A fragmentação na articulação também é apontada como um obstáculo. Enquanto Padilha conversa com líderes partidários, ele não se comunica diretamente com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tarefa que cabe ao ministro Rui Costa (Casa Civil). Randolfe já foi alvo de críticas de Lira e é visto por parte da base como alguém sem a interlocução necessária para a função. Quanto a Guimarães, uma ala faz o diagnóstico de que seria necessário mais traquejo com a oposição e mais independência em relação a Lira.

No Palácio do Planalto, há uma avaliação de que o rompimento entre Arthur Lira e Alexandre Padilha está sobrecarregando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que agora precisa se envolver mais frequentemente na articulação política.

Em 2021, mesmo durante momentos tensos com o Congresso, o governo sempre afirmava que a agenda econômica estava progredindo. No entanto, neste ano, no Ministério da Fazenda, há um sentimento de que os projetos de interesse da pasta também estão paralisados. Um exemplo disso são as oito propostas de facilitação de crédito, uma das bandeiras do presidente Lula, que estão atualmente sem avanço na tramitação.

Apesar da turbulência, não se espera que haja mudanças imediatas em cargos ou uma reforma ministerial. O Planalto pretende segurar a pressão e adiar as alterações para o segundo semestre. O círculo mais próximo ao presidente afirma que as mudanças no alto escalão do governo serão determinadas pela correlação de forças entre os partidos após as eleições e a disputa pela presidência da Câmara.

Nesse contexto, considera-se o peso com o qual os partidos sairão das urnas e o cenário acirrado da sucessão de Lira. O Planalto busca evitar atritos ao máximo. Os principais pré-candidatos já apresentados são de partidos da base governista: Elmar Nascimento (União-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antônio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Nesse cenário, avalia-se a possibilidade de negociar a entrada no governo de postulantes à presidência da Câmara, reduzindo o número de concorrentes na corrida.

Com informações de O Globo

 

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