Primeiro comentarista brasileiro especializado em futebol internacional, Sílvio Lancellotti morreu nesta terça-feira (13), aos 78 anos, em São Paulo. O jornalista estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Paulo, localizado na capital paulista, após sofrer uma parada cardíaca.
Sílvio ficou internado por aproximadamente uma semana no hospital Oswaldo Cruz, onde fez exames e, no dia 4 de setembro, foi liberado para voltar para casa. Na terça-feira, dia 6, teve uma parada cardíaca em casa. Ele foi internado e não acordou.
Atual colunista no Portal R7 (onde trabalhava desde 2012), Sílvio, torcedor do Corinthians e da Juventus (ITA), foi uma referência na cobertura de futebol internacional.
Formado em arquitetura e “jornalista por paixão”, como descreveu em seu perfil, ele trabalhou em oito edições de Copa do Mundo e em veículos como Bandeirantes (até 2002) e ESPN (2002 a 2012).
Lancellotti embarcou no futebol internacional por incentivo de Luciano do Valle, nos anos 80. Conversas sobre futebol italiano em um almoço despretensioso colocaram Silvio nas transmissões do Campeonato Italiano pela Band. Inclusive, foi lá que ele emplacou uma famosa dupla com o narrador Silvio Luiz. Ao todo, foram 11 anos na emissora paulista.
Com oito copas no currículo, Sílvio Lancellotti vivenciou a convulsão de Ronaldo Fenômeno na Copa de 1998, retratada em seu livro “Almanaque da Copa do Mundo”, e construiu, oito anos antes, uma amizade com Diego Armando Maradona. O jornalista, por exemplo, entrevistou o argentino no ônibus da seleção após derrota para a Alemanha na final.
Seu principal “furo”, porém, não tem relação com o futebol, mas sim com a Fórmula 1. Ele se dizia responsável por divulgar em primeira mão, no Brasil, a morte de Senna, em 1994, superando Roberto Cabrini, então repórter da Globo.