Zaporizhia, agora sob controle russo, é uma das várias plantas da Ucrânia. No total, são quatro centrais ativas, com 15 reatores
O ataque russo à usina nuclear Zaporizhia, no sudeste da Ucrânia, foi considerado um ato sem precedentes.
Uma ação militar, em meio à invasão da Ucrânia, deixou “vários mortos e feridos”, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país.
“Sobrevivemos a uma noite que poderia ter interrompido o curso da história, a história da Ucrânia, a história da Europa”, disse o presidente Volodymyr Zelensky.
O fogo foi controlado, e a integridade da planta está garantida, segundo autoridades e especialistas. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que a radiação é mantida em níveis normais.
Zaporizhia é uma das várias usinas nucleares da Ucrânia. No total, são quatro plantas ativas, com 15 reatores: 4 em Rivne, 2 em Khmeltniski (outros dois estavam em construção), 3 na Sul da Ucrânia e 6 em Zaporizhia.
Em seu território, também estão os restos da usina soviética de Chernobyl, com seus quatro reatores, hoje desativados.
O local está sob proteção especial após a desastrosa explosão de 1986, que causou a liberação de radioatividade em grande parte da Europa e deixou dezenas de milhares de vítimas.
Na Ucrânia, a energia nuclear tornou-se cada vez mais importante para o fornecimento de energia do país.
Em 2014, grupos separatistas apoiados pela Rússia assumiram o controle da grande região produtora de carvão de Donbas, no sul. Até então, o carvão gerava 41% da energia do país.
É por isso que o país recorreu à energia nuclear, bem como a outras fontes renováveis, para compensar o déficit. A energia nuclear atualmente gera quase metade da eletricidade que a Ucrânia usa.
O país também possui locais de descarte radioativo que armazenam resíduos de operações de usinas nucleares.
O que aconteceria em um ataque direto ao reator?
Claire Corkhill, especialista em materiais nucleares da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, diz à BBC que existem vários mecanismos para evitar riscos de radioatividade.
“Se houvesse um incêndio dentro do prédio do reator, os sistemas automáticos de segurança o extinguiriam instantaneamente”, explica ele.
“Os próprios prédios dos reatores são bastante robustos, então o combustível nuclear deve ser bastante seguro lá.
Uma explosão só aconteceria se houvesse um colapso nuclear, que poderia ser causado por uma falha no fornecimento de eletricidade para o local e danos nos geradores de reserva.
Somente se isso acontecer em uma usina nuclear em funcionamento, “poderia haver uma explosão como a que aconteceu em Fukushima” em 2011.
Fonte G1 – Guiafacilbrasil.com.br/blog